25 de julho de 2007

Washington Olivetto sai do comando da W/Brasil



Do Valor Econômico
Washington Olivetto não é mais presidente da W/Brasil, agência que fundou há 21 anos. O principal executivo agora é Paulo Gregoraci, que há dois anos ocupava o cargo de vice-presidente de operações. Gregoraci será presidente de operações, mídia e atendimento. Rui Branquinho, até então vice-presidente de planejamento, foi promovido a presidente de planejamento e criação.

Olivetto diz que continuará na agência, pelo menos até 2016, quando pretende se aposentar. Com a promoção e a ampliação das funções, Gregoraci e Branquinho passam a ter participação nos resultados da agência, o que até então era exclusividade dos fundadores - além de Olivetto, os empresários Javier Llusá Ciuret e Gabriel Zellmeister.

Há quatro anos Llusá e Zellmeister passaram a dedicar-se exclusivamente à Prax - holding que abriga a W/Brasil e que detém 40% de participação em outras agências de publicidade, a Lew,Lara, de São Paulo, e a Scala, de Porto Alegre. Hoje Llusá e Zellmeister cuidam da holding e não participam do dia-a-dia do principal negócio do grupo, a W/Brasil. Eles devem anunciar entre agosto e setembro a compra de mais uma agência, também no mercado paulista.

As mudanças anunciadas ontem fazem parte de um projeto em gestação há pelo menos três anos. Olivetto acha que a questão sucessória é mal resolvida no meio publicitário e vem cuidando pessoalmente do assunto na W/Brasil. Em entrevista ao Valor , em agosto do ano passado, Washington Olivetto disse que preparava mudanças que o deixariam mais liberado para atender os clientes da agência e, principalmente, prospectar novos anunciantes. Passou a dividir com Branquinho e Gregoraci as tarefas do dia-a-dia e também a missão de engordar a carteira de clientes da W/Brasil. Agora, Olivetto continuará a prospectar clientes.

A estratégia parece ter dado resultado. A agência encerrou 2006 com crescimento de 41% e subiu quatro posições no ranking das maiores agências de publicidade feita pela publicação especializada "Meio&Mensagem" - saiu da 24ª posição para a 20ª. Segundo Gregoraci, o faturamento da agência somou R$ 163 milhões e a expectativa é fechar 2007 com valor entre R$ 200 milhões a R$ 220 milhões.

"No primeiro semestre deste ano já crescemos 30% e conquistamos clientes importantes", diz Gregoraci referindo-se à chegada de BMW Motos, laboratório EMS, Cutrale e a nova linha de produtos da Nestlé, entre outros.

Com os sete novos anunciantes conquistados só neste ano, a carteira da W/Brasil soma agora 38 clientes.

Olivetto diz que conseguiu equilibrar as contas da W/Brasil ao longo do ano passado e reverter o abalo causado pela perda do Unibanco - que por 18 anos foi cliente da W/Brasil e em maio de 2005 mudou-se para a F/Nazca. "Ganhamos clientes e não perdemos ninguém em 2006. Foi um excelente ano e vamos repetir o bom resultado neste ano", diz Olivetto que criou um novo cargo para si, na W/Brasil.

Segundo Washington, com a promoção de Paulo Gregorari à presidência da W/Brasil, o comando da empresa procura agora um nome que possa coordenar a área de mídia da agência.
Na Folha de São Paulo, de 25/07/2007
Olivetto anuncia saída da presidência da W/Brasil
Publicitário se dedicará a criação e captação de clientes

Ao completar 21 anos, a W/ Brasil, maior agência de publicidade com capital nacional, anunciou ontem uma reestruturação em seu comando com a saída de Washington Olivetto da presidência e o seu desligamento definitivo da agência em um prazo de nove anos.A agência terá dois presidentes, que, na prática, já atuavam no dia-a-dia da W/Brasil -Rui Branquinho será responsável pela área de criação e planejamento, e Paulo Gregoraci, pela área de mídia, atendimento e operações. Os dois estão na agência há quatro e dois anos, respectivamente. Não serão sócios, mas terão participação nos resultados da W/Brasil.Aos 28 clientes da agência o publicitário enviou uma carta pessoal na qual explicou que a W/Brasil está "planejando o futuro" e que "nada" vai mudar. "A mentalidade continua a mesma desde que surgimos, em 1986: vamos continuar 100% brasileiros, sem atender contas do governo ou de campanhas políticas."
Mas não está descartada, segundo afirma, a busca de parceiros internacionais para atuar em campanhas.Olivetto, no entanto, não vai deixar o dia-a-dia da agência. "Como presidente da empresa, promovi-me para o cargo de "chairs-man" [em alusão à função de chairman das grandes companhias]. Vou ser o "homem das cadeiras", literalmente, e ocupar as cadeiras extras que existem nas mesas das duplas de criação e produção", diz. "Fico livre de todos os "micos-leões-dourados" burocráticos e administrativos para me dedicar à captação de clientes", afirma o publicitário.Olivetto diz que, em 2016, deixará a agência para passar mais tempo com os filhos e a família. "Se não assumisse esse compromisso público, eu me conheço, não sairia nunca."Até essa data, os atuais presidentes ficarão encarregados também de preparar a sucessão para o comando da agência.

Mais clientesSituada em 28º lugar no ranking das 50 maiores agências de propaganda e publicidade do Ibope Monitor, que considera os dados prévios de investimentos publicitários feitos de janeiro a junho deste ano, a W/ Brasil informa que cresceu 30% nos primeiros seis meses deste ano na comparação com mesmo período do ano passado -o crescimento foi maior do que esperava para 2007. A agência faturou R$ 100 milhões neste ano e conquistou sete novas contas. Em 2006, a W/Brasil cresceu 41% em relação ao ano anterior -faturou R$ 163 milhões.
Nos primeiros seis meses deste ano, o mercado de propaganda movimentou ao menos R$ 20,6 bilhões, quando considerados os investimentos publicitários realizados.Fisicamente, a W/Brasil também vai passar por mudanças. O prédio da agência, hoje no bairro de Higienópolis, em São Paulo, deve mudar para a Vila Mariana ou para os Jardins. As negociações com os proprietários dos imóveis já começaram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário