30 de maio de 2007

A1.Brasil, de propaganda on-line, abre primeira unidade na Europa


Por Eliane Sobral 25/05/2007 - Valor Econômico
"O publicitário brasileiro é respeitado lá fora como criativo, não como empresário"
Enquanto os grandes grupos de publicidade olham com lupa para o mercado brasileiro à procura de empresas para comprar, a A1.Brasil - umas das maiores agências de publicidade on-line com capital 100% nacional - anuncia a abertura de sua primeira empresa na Europa, a A1.Portugal. A expectativa de Roberto Guarnieri, um dos sócios da empresa, é que a unidade européia alcance faturamento de 3 milhões de euros dentro de três anos.

No final do ano passado, Guarnieri já havia anunciados os planos de expansão da A1, que começaria pelo mercado latino-americano. "Mudamos de idéia e vamos começar pela Europa por causa do tamanho daquele mercado em publicidade on-line".

Segundo o levantamento "Relatório Publicidade on-line na Europa", do instituto de pesquisa eMarketer, os investimentos publicitários em internet devem alcançar 5,8 bilhões de euros neste ano - o que representará crescimento de 25% sobre o total investido em 2006. Já o instituto Júpiter Research afirma que os investimentos no setor somarão 83 bilhões de euros em 2011. "Só na Inglaterra, 15% do bolo publicitário vai para a mídia on-line", afirma Guarnieri.

Atraída por esses números e por uma carteira de clientes multinacionais no Brasil que impulsionam o crescimento da empresa no exterior, a A1.Portugal pretende anunciar seus dois primeiros contratos dentro de 20 dias, segundo Guarnieri. "Nossos clientes aqui têm aberto portas importantes para nosso trabalho", diz ele, que atende, entre outras, marcas como Nivea, AGF, HSBC e Pirelli.

Guarnieri afirma que os próximos passos no mercado europeu serão em direção à Espanha e à Itália, onde ele pretende abrir escritórios ainda neste ano. Paralelamente, os planos para a América Latina seguem firmes com prospecção de sócios na Argentina, Chile e México. O formato de negócio, diz o empresário, busca sempre um sócio local - que se encarrega de prospectar clientes e cuidar da área comercial. No caso português, a A1 terá 51% do negócio. Os 49% restantes estão nas mãos do empresário Pedro Veloso - que tem negócios na área de comunicação e é sócio da InterBrand naquele mercado.

Roberto Guarnieri não revela a receita de sua empresa, mas diz que a expectativa é de crescimento da ordem de 120% este ano sobre o faturamento de 2006.

O empresário não nega que tenha sido fortemente assediado por grandes grupos de publicidade para vender sua agência. "Mas essa fase já passou e hoje não somos mais tão procurados. Acho que se convenceram de que estamos comprando e não vendendo".

Ele tem planos ambiciosos para o futuro e não só na área dos negócios. Para Guarnieri, os publicitários brasileiros são extremamente respeitados no exterior, mas como criativos, não como empresários. "E eu quero mudar isso".

Ele não deixa de reverenciar os publicitários que inseriram o nome do Brasil no hall da fama publicitária nos Estados Unidos e, principalmente, na Europa. Cita Washington Olivetto como o desbravador do primeiro mundo e sente-se no dever de 'continuar a obra'. "A gente exporta jogador, mas não exporta time. Exporta modelo, mas não exporta agência. O Brasil pode e deve ser globalizado porque há espaço para marcas brasileiras lá fora. Há demanda e precisamos aproveitar."

Nenhum comentário:

Postar um comentário