5 de julho de 2006

L'Oréal pesquisa relação da carioca com a beleza


O tempo, seja pelo efeito do envelhecimento ou pela agenda diária apertada, é um fator que norteia a relação das mulheres cariocas de maior poder aquisitivo com os produtos de beleza. Estas consumidoras foram as primeiras "cobaias" no Brasil do método aplicado pelo antropólogo Dominique Desjeux. Coordenadas pela professora Letícia Casotti, as pesquisadoras Maribel Suarez e Roberta Campos entrevistaram 26 mulheres da classe A da zona sul do Rio.

Das longas conversas com as consumidoras e das documentações fotográficas dos seus produtos, banheiros e quartos, resultou o estudo "A Beleza do Cotidiano Feminino", patrocinado pela L'Oréal por meio de um convênio firmado há dois anos com a Coppead UFRJ.

A pesquisa dividiu as entrevistadas em quatro grupos. O primeiro engloba as pós-adolescentes, ainda dependentes financeiramente e com uma rotina mais simples. Elas preocupam-se muito com o rosto e o cabelo, testam produtos constantemente e buscam o que chamam de beleza natural, sem excessos de maquiagem ou produtos pesados.

O segundo grupo mostra mulheres sem filhos, começando a firmar sua vida profissional. É nesta fase que elas começam a vislumbrar os hábitos de beleza que gostariam de ter, mas nem sempre conseguem adotá-los de fato. Outro detalhe é que o mercado de trabalho desperta a relação com a maquiagem. "Muitas vezes as propagandas associam isso à sedução, mas percebemos que está muito ligado à questão profissional também", diz Maribel.

O terceiro grupo é de mulheres que se tornaram mães, são profissionais e tornam-se mais pragmáticas. Elas só compram o que vão usar e buscam produtos funcionais, como condicionador dois em um e creme com filtro. No grupo acima de 50 anos, as mulheres começam a se tornar "experts" em produtos de beleza e passam a gastar mais com eles, seja com itens mais caros como pela maior quantidade.
Fonte: Jornal O Globo de julho de 2006

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