21 de junho de 2007

Non Media para o Guraná Antarctica


A nova campanha "É o que É" do Guaraná Antarctica ganhou novas ações no Rio de Janeiro. A marca “envelopou” um prédio na Avenida das Américas.


A iniciativa tem como objetivo mostrar para o consumidor a importância de ser verdadeiro e autêntico em todas as suas atitudes. A ação conta ainda com filme, anúncios, material de PDV e mobiliário urbano, hotsite e ações inovadoras na internet.

2 comentários:

  1. Oi Helena,
    Particularmente adoro mídia exterior, alegra a paisagem... ai ai ai q saudade dela aqui em sp rs
    Linda a ação do Guaraná e a da Panasonic é uma ótima sacada...
    show
    bjs

    ResponderExcluir
  2. E falando em guaraná...

    Pipoca sem guaraná
    Por Eliane Sobral, Valor Econômico
    22/06/2007

    Nizan: "Tem gente fazendo propaganda no Brasil como se fosse para sueco ver. Eu quero é ser a Janete Clair da publicidade"

    Já faz algum tempo que a publicidade brasileira não cai na boca do povo. Jingles, personagens e bordões como "pipoca com guaraná", "o primeiro sutiã a gente nunca esquece" ou os mamíferos da Parmalat são coisas de, no mínimo, duas décadas atrás.

    Coincidência ou não, essas criações são assinadas pelos dois publicitários mais premiados do país, Washington Olivetto, dono da W/Brasil, e Nizan Guanaes, dono da agência Africa. Os dois têm mais em comum: eles são, certamente, os dois únicos publicitários reconhecidos pelo grande público e não apenas por empresários ou pelo pessoal de marketing dos grandes anunciantes.

    Evidentemente, Washington e Nizan não são os únicos publicitários criativos do mercado brasileiro. Nomes como Marcelo Serpa, da AlmapBBDO, Rui Lindenberg, da Leo Burnett, são freqüentemente citados como donos de reconhecido talento. A propósito, o "cachorrinho da Cofap" e o bordão "bonita camisa, Fernandinho" foram criados por Lindenberg. A questão é que a publicidade brasileira dos dias de hoje parece menos genial do que há algumas décadas e os publicitários parecem menos carismáticos.

    Olivetto: "Precisamos recuperar a auto-estima. E só se fala em novas mídias. Como se a idéia não tivesse importância"
    Nizan Guanaes observa que seus pares andam meio afastados do povo e avalia que essa distância dificulta o surgimento daquelas grandes sacadas que viram dito popular. "Tem gente fazendo propaganda no Brasil como se fosse para sueco ver. Eu quero é ser a Janete Clair da publicidade", afirma o publicitário, que também anda afastado da criação.

    Atualmente, Nizan dedica 60% de seu tempo à administração de seus negócios e 40% à criação.

    Em sua opinião, falta um pocuo de banho de povo nos criativos e que os publicitários têm se concentrado mais na discussão do meio do que na mensagem. "Outro dia me convidaram para falar de novas mídias. Sabe do que eu falei? De jornal, de revista, de rádio e de televisão."

    Olivetto se mostra mais pragmático. Acredita que foi beneficiado por iniciar sua carreira num momento de transição da publicidade brasileira. "Caras como os DPZ [Roberto Duailibi, Francesc Petit e José Zaragoza], o Júlio Ribeiro, o Luiz Sales tinham acabado de consolidar a profissionalização do setor. Então, quando eu apareci, o ambiente estava criado para soltar a criatividade. Eu aproveitei essa onda. Tinha 19 anos de idade quando ganhei meu primeiro Leão no Festival de Cannes. Achei que era sacanagem, que os caras estavam doidos, mas o ambiente era aquele e eu tive respaldo", afirma Olivetto.

    Para o dono da W/Brasil, a nova safra de publicitários a unir talento e carisma simultaneamente surgirá também depois de um processo de ruptura. "Primeiro precisamos recuperar a auto-estima. Parar com esse deslumbramento com novas mídias, novas mídias, novas mídias. Só se fala em novas mídias. Como se a idéia não tivesse importância", comenta.

    De fato há uma sobreposição no discurso da maior parte dos publicitários sobre as chamadas novas mídias em detrimento das grandes sacadas. E essa sobreposição se dá em escala mundial. Não seria incorreto dizer que é um discurso importado, como tantos outros conceitos. Recentemente, os grandes grupos de publicidade dos Estados Unidos e os dos países europeus desencadearam uma avalanche de aquisições de empresas de serviços de marketing que funcionam como uma extensão da publicidade tradicional - não como substitutas. A febre do momento são as companhias de marketing digital - especialmente aquelas que criam campanhas para a internet e para o telefone celular.

    E por que isso tem acontecido? Porque há muito tempo o celular ultrapassou sua função primária de fazer e receber chamadas telefônicas. Nos Estados Unidos, na França, na Inglaterra e principalmente no Japão, celular é o brinquedo preferido dos jovens de elevado poder aquisitivo - público que no Brasil tem o mesmo perfil, mas é representado por um número infinitamente menor de pessoas. Dos 105 milhões de celulares em uso por aqui, 80% são pré-pagos.

    O mesmo vale para a internet. Estudo divulgado há duas semanas pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil mostra que apenas 19,63% de nossos domicílios têm computador e só 14,49% possuem acesso à internet. Nas empresas, os indicadores são melhores - 99,37% delas têm computador, mas só 22,96% dos empregados dispõem de uma máquina em suas mesas.

    Em relação ao uso de internet, 94,85% das empresas dizem que usam - mas apenas 16,54% de seus funcionários têm acesso à rede. Na outra ponta, a TV aberta brasileira apresenta um dos maiores índices de penetração mundial e a audiência não fica abaixo de 90%.

    Com essa realidade, fica difícil entender o frisson dos publicitários - e também dos anunciantes brasileiros - com as chamadas novas mídias. Como diz Nizan Guanaes: "Ainda não vi um banner cair na boca do povo." Claro que há espaço para as novas mídias e elas também avançam no Brasil. Seria preguiçoso imaginar que a publicidade brasileira deve concentrar-se nas chamadas mídias tradicionais e esperar o bonde chegar pronto por aqui. No entanto, a realidade brasileira é bem distinta do chamado Primeiro Mundo e as chamadas novas mídias ainda estão longe de virar uma realidade consolidada.

    Mas não é só. Veladamente, os publicitários se queixam com freqüência do pouco espaço que recebem dos próprios anunciantes para dar asas à imaginação e criar campanhas "pegadoras". Orçamentos menores e maior pressão por redução de custos completam a receita que tornou a publicidade brasileira mais previsível.

    Outra queixa comum presente nas rodas publicitárias é a "juniorização" nos departamentos de marketing. Antes, se um Washington Olivetto e um Nizan Guanaes aprovavam sua campanhas com o presidente da empresa, hoje os criativos sofrem tentando explicar o que quiseram dizer para jovens diretores ou vice-presidentes de marketing pouco afeitos a "sacadinhas", "pegadinhas" ou, como diz Nizan, algo "mais popular".

    Já Olivetto é otimista quanto ao futuro da publicidade brasileira e avalia que o momento de uma nova ruptura está próximo. E isso vai abrir caminho para que os criativos daqui voltem a ser badalados e festejados, inclusive pelo povo.

    ResponderExcluir