8 de maio de 2007

O bicho tá pegando!


Artigo muito interessante retirado do site Adonline, vale a pena !



A Meio & Mensagem, diz que Branding e Design “namoram, mas não casam”. É isso aí, eles só estão se pegando afú bem na frente das agências. Se você ainda é do tempo do “ficar”, acha que a garotada “fica”, está um pouco atrasado. A garotada hoje em dia está “se pegando”. Significa ainda menos do que ficar. É um pega pega mesmo, na base do valor do momento. Valeu, passou. Relacionamento franco e direto de alto valor e rápido retorno. Fulana “tá pegando” fulano. Fulano “pegou” siclana. E o bicho pegando todo mundo. Nos últimos tempos, é um tal de agência de marketing, agência 360° , agência full service, parece que ninguém, à exceção do Roberto Pintaúde, quer mais fazer simplesmente propaganda bem feita. Embora claro, a gente saiba que o grosso da receita destas empresas ainda seja a verba de mídia. Ninguém vive de marketing, ninguém vive de serviços e por conseguinte, ninguém abre mão de receita de mídia nestas empresas. Não sei qual vai ser a próxima onda depois do overbranding multiferramental (já vejo alguns clientes bocejando), mas a próxima, vai ser a agência de propaganda tradicional, que funciona de verdade, sem perder muito tempo. O Roberto então vai ganhar muito dinheiro.

Acontece que nesta briga de foice no escuro, as agências, em sua maioria, ignoraram as consultorias de branding, e os escritórios de design, como se estes segmentos não tivesse nada para dizer nunca pudesse ser significativo. Algumas agências montaram departamento de planejamento, sem perceber- Hello, Kitty! - que planejamento de agência não significa construção de marca, que muitas vezes passa pelo design, que é a formatação final do objeto da mensagem lá na frente. Outras agências montaram departamento de design para fazer logomarcas e algumas embalagens, mas claro, somente para dar oferecer o famigerado full thinking, sem pensar nesta abordagem como uma ferramenta para a construção de marca. Pois bem.Em silêncio, os escritórios de design então, começaram a ganhar peso, o impacto de seus trabalhos começou a interferir diretamente na construção da marca e por conseguinte, o design acabou hoje sendo uma das mais importantes, se não a mais importante ferramenta na construção do Branding. Por vários motivos: a imagem cada vez mais é a maior, senão única mensagem, em um mundo onde somos impactados por milhões de mensagens diariamente, em sua maioria extremamente descartáveis. Outro: o cliente está cansando de tanto power point. São lâminas, dezenas delas, centenas, e o cliente bocejando. Hello Kitty ! 2: o trabalho não termina na última lâmina de power point, como alguns pensam. “Minha vida é um power point” acabou, fim. Principalmente aqueles com efeitinhos...é triste de se ver e o cliente ali, querendo “pegar” mas não, tem que ouvir todo um raciocínio, as elocubrações boring de um cara que pirou no power point. Pode continuar existindo, mas ACABOU. É aparelho de fax, tecnologia defasada ainda em uso, só isso.Então, na execução de uma estratégia de Branding, que é uma construção de marca tendo planejamento como uma ferramenta, mais ação, que é o design, surge o diferencial que realmente faz diferença. Assim, o escritório de design surge como “o” principal parceiro estratégico do empresário, que agora não chama-se mais “anunciante” e sim, volta a ser chamado de “cliente”. O que parece apenas uma questão semântica é uma importante visão de mudança no eixo do negócio, pois pressupõe a não dependência da receita de mídia. Não vou citar nomes, só para respaldar o raciocínio: qual supermercado gaúcho fez uma revolução conceitual através do design em seu ponto-de-venda, mudando completamente a visão da marca junto à comunidade e assim posicionando-se de uma forma inovadora, colorida e envolvente?Qual varejo gaúcho está fazendo um verdadeiro upgrade em seu ponto-de-venda, com lojas que saem do lugar comum do varejo “superofertas imperdíveis só hoje” para uma posição de maior valor, com loja e produtos premium, utilizando uma cor que no varejo comum é praticamente tabu? Tenho certeza que você acertou o nome dos dois clientes. Isso é pura estratégia de branding feito a partir de uma concepção de design, tendo o design como “alma” do projeto, como principal sentido do negócio. Não diria que é simples, nem fácil, mas é principalmente direto, e funciona. Pensar simples, direto e com impacto. E é isso que está “pegando” hoje em dia.
Alexandre Assumpção

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