Achei muito legal, relembrar os mascotes da Copa, alguns eu não lembrava o significado, mas segue a matéria completa ! Confira...
Ano: 2006
País: Alemanha
O que são: um leão com o uniforme da Alemanha, com o número 06 escrito no peito, e uma bola de futebol falante
Mascotes: Ato, Kaz e Nik
Ano: 2002
País: Coréia/Japão
O que são: criaturas coloridas (Ato é laranja, Kaz é roxo e Nik é azul) geradas por computador. Elas fazem parte do time de futebol “Atmoball”. Ato é o técnico e Kaz e Nik são jogadores. Seus nomes foram escolhidos pelo público
Mascotes: Footix
Ano: 1998
País: França
O que são: um galo, símbolo deste país, da cor do uniforme da seleção francesa, com o escrito “France 98” no peito. Seu nome é uma mistura de “football” com “ix”, do personagem dos quadrinhos Asterix
Mascotes: Striker
Ano: 1994
País: EUA
O que são: um cachorro com um uniforme azul, vermelho e branco. Sua camisa tem o escrito “USA 94”
Mascotes: Ciao
Ano: 1990
País: Itália
O que são: um boneco com o corpo feito de palitos com as cores da bandeira italiana e com a cabeça feita de uma bola de futebol. Em italiano, seu nome significa “oi” e “tchau”.
Matéria da Folha de São Paulo, de 18/06/2006.
ResponderExcluirSímbolos do Mundial são nojentos, diz especialista
Para o designer Erik Spiekermann, logo e mascote não remetem à cultura local
Escolhas da Fifa e do comitê organizador atendem só a patrocinadores e público de fora, diz fundador de uma conceituada agência alemã
Tudo não passa de desenhos ou criações sem importância a um olhar desapercebido. Mas, sempre que encara o logotipo oficial ou a mascote da Copa, Erik Spiekermann diz entender o repúdio que alguns conterrâneos sentem pela competição mais nobre do futebol.
Na sua visão, estão equivocadas a escolha de cores, os traços do design e até o leão eleito para representar o país. "É muito ruim, é nojento. Coisas assim fazem os alemães não se sentirem em casa num evento tão importante, que lutaram tanto para receber", disse à Folha.
O desabafo não vem de um leigo.
Spiekermann é hoje um dos programadores visuais mais respeitados da Alemanha.
Co-fundador da agência MetaDesign, tem clientes como Audi, Volkswagen, IBM e Nike.
Seu principal ataque está direcionado ao logo preparado por duas empresas (uma alemã e outra inglesa) para o torneio.
Segundo ele, três rostos sorridentes, cores da bandeira alemã, a taça da Copa e mais o nome da Fifa são elementos demais em um mesmo desenho.
"É a típica coisa para atender aos patrocinadores. Vira um amontoado. Além disso, aquilo não tem nada a ver com o povo. Não usamos essas cores, não temos esses sorrisos. São outras as nossas tradições."
Ele crê que o emblema de um torneio como a Copa influencia muito as pessoas, pois ganha dimensão nacional. "Ele indica caminhos em metrôs, estradas, estádios. Tem uma função psicológica forte. Imagine um alemão olhando aquilo e pensando: "Onde é que essas carinhas sorridentes vão me levar?".
"Ele culpa a Fifa e o comitê organizador por terem feito uma "escolha direcionada" das agências que criaram o símbolo -seu grupo não participou da disputa. E lembra outro evento esportivo no país, a Olimpíada de 1972, para dar um exemplo de design com qualidade.
"O logo é todo feito em preto-e-branco, com extrema precisão. Não temos que misturar cores nem buscar ser engraçados para conquistar quem vem de fora", disse Spiekermann.
O fracasso de vendas da mascote da Copa, um leão batizado de Goleo -a empresa que adquiriu os direitos entrou em bancarrota-, também não o surpreende. Para o designer, é uma peça criada apenas para o público de outros países.
"Trata-se de um leão, animal não-tradicional na Alemanha. E "Gol" é algo usado por espanhóis e brasileiros. "Leo" é uma abreviação latina, italiana talvez, para leão. Da nossa cultura, não há nada", explicou.
O bicho também é usado nos estádios. A cada gol, Goleo aparece na tela e dá um rugido.
"É mais um desastre", ataca o designer. "Querem empurrar a mascote de qualquer jeito ao público, criar jogadas de marketing. Isso não funciona."
Novamente, 1972 vem à tona. "Na época da Olimpíada, usaram um cão da raça dachshund como mascote, uma espécie muito popular em toda a Bavária. Foi um sucesso."
É essa valorização da Alemanha que Spiekermann queria encontrar, já que tais símbolos poderiam ajudar a resgatar o nacionalismo alemão.
"Parece que, por termos uma história recente tão ruim, por termos sido o berço de Hitler, não podemos sentir orgulho. Quem cuidou do design se preocupou em fugir de tudo o que é mais comum no país. Pode agradar a quem vem de fora, mas não faz o menor sentido para quem vive aqui", afirma.
Do outro lado, há quem discorde.
Alexander Koch foi escolhido pela Fifa para cuidar de toda a programação visual da Copa. Ele diz respeitar as críticas de Spiekermann e outros designers. Mas se defende.
"Em 2004, quando o logo foi lançado, ao menos 50% das críticas que recebemos foram positivas. Como não encontram nada para falar mal no Mundial, resolveram atacar o nosso emblema", disse à Folha.
Sobre Goleo, Koch reconhece que um leão não tem identificação imediata com a Alemanha. Mesmo assim, considera a escolha acertada.
"É um animal que agrada às crianças, passa uma mensagem de carinho e força ao mesmo tempo. Foi ótimo colocar um clipe com ele nos estádios. A cada gol, o público vai vibrar e aprender a gostar da mascote."
Grupo francês vai à falência e culpa mascote
Goleo está todos os dias nos telões dos estádios da Copa. É uma norma da Fifa. Só que, mesmo com tanta exposição, é difícil ver torcedores carregando uma réplica da mascote a tiracolo.
Os críticos dizem que o animal não tem apelo porque não representa a Alemanha, mas há outra celeuma vinculada às vendas do produto.
A discussão surge por causa de uma empresa francesa chamada Nici AG, que pagou 28 milhões para ter com exclusividade os direitos de licenciamento do leão.
Em março, contudo, a agência entrou com um pedido de falência. Segundo seus acionistas, as baixas vendas de produtos vinculados a Goleo foram responsáveis pelo estado de bancarrota. A Fifa, todavia, rebate isso.
"Era uma companhia grande, que contraiu uma dívida superior a 400 milhões. Claro que não foram as vendas de uma mascote que levaram o grupo à falência. [...] Era um ótimo negócio", afirma Alexander Koch, responsável pela programação visual do Mundial alemão.