28 de março de 2006

FNAC e INTERCOM promovem debate...


Livraria FNAC e INTERCOM promovem debate sobre “ética na propaganda” com profissionais da área .Com título Publicidade: A ética na Sociedade de Consumo, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM e a Livraria FNAC Pinheiros realizam no próximo dia 3 de abril, segunda-feira, às 19h, no Fórum de Debates da livraria (Avenida Pedroso de Moraes, 858 – 3º. Andar Pinheiros – SP), a segunda edição do Café INTERCOM. Destinado aos estudantes, publicitários, pesquisadores, professores, sociológos, escritores, associados da entidade e público interessado no assunto, o evento tem como proposta debater a “ética” em função do interesse coletivo.
A Publicidade sempre foi alvo do olhar crítico da sociedade. Apontada como responsável por fazer com que se compre mais do que se necessita, gerando uma discussão inevitável, pois retrata muito mais posições ideológicas diametralmente opostas.Ela é, sem dúvida, um instrumentos de grande influência sobre a opinião pública e seu exercício deve ser pautado pela “ética”. Assim como a publicidade é pedagógica em relação ao consumo de produtos e serviços, deve também ser pedagógica no exercício cotidiano da ética, no cotidiano das pessoas. A ética deve ser objeto de reflexão em todo o processo de ensino e aprendizado, constituindo elemento fundamental na formação do profissional de publicidade. Debates como este são fundamentais para o amadurecimento da profissão e para a sociedade. Esta edição do Café INTERCOM será conduzida pelo publicitário Paulo Rogério Tarsitano (educador, doutor em Comunicação, diretor da Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo da Universidade Metodista de São Paulo, integrante da diretoria da Intercom, na qual coordena a Expocom – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação) e com a participação do presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda, André Porto Alegre (publicitário, jornalista, diretor geral da Promocine, membro do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária – CONAR e do Conselho Consultivo da Intercom), e do advogado do CONAR, Paulo Gomes de Oliveira Filho (conselheiro do CONAR e membro da diretoria executiva da APP – Associação dos Profissionais de Propaganda).
Paralelamente ao evento, acontecem os lançamentos dos livros: Imprensa Brasileira: Personagens que Fizeram História, vol. 2 (Imprensa Oficial), organizado por José Marques de Melo; A imprensa na berlinda: a fonte pergunta (Editora Celebris), dos jornalistas Norma Alcântara, Manuel Carlos Chaparro e Wilson Garcia; Propaganda e linguagem, da professora. Elizabeth Gonçalves (Editora da UMESP); O consenso forjado, de Francisco Fonseca (Editora Hucitec); e Webjornalismo, de Denis de Oliveira e Moisés dos Santos (Editora do Celacc), bem como da Revista Brasileira de Inovação Científica em Comunicação – Inovcom , volume 1, n° 1, apresentada por Adolpho Queiroz.

ServiçoCafé INTERCOM Tema: Publicidade: A ética na Sociedade de Consumodia 3 de abril de 2006, segunda-feira, às 19 horas Local: Livraria FNAC PinheirosAvenida Pedroso de Moraes, 858 – Fórum de Eventos – 3º and. – Pinheiros

Um comentário:

  1. Anônimo1:52 PM

    Nada mais apropriado que esta matéria para complementar o texto acima...

    Conquista da felicidade está além do consumo ostensivo

    Em muitas das movimentadas esquinas de Milão - a segunda maior cidade italiana que virou ícone de moda e design e de onde escrevo -, é possível encontrar uma farta banca com bolsas Prada, Gucci e Louis Vuitton. Atrás dessas bancas invariavelmente está um africano, indiano ou algum outro cidadão de uma economia em desenvolvimento. Ele se apressa em dizer o valor da bolsa (em geral 20 euros), mas ao perceber que o cliente dá pouca atenção ao produto, diz que pode fazer por 15 euros.

    No entanto, você permanece firme, sem dar importância às tão famosas bolsas e é nesse momento que ele diz: "Quanto você pode pagar?" Bem, se você estiver disposto a alimentar a máfia da pirataria poderá levar para casa uma bolsa por até 10 euros. Uma bolsa que, no original, você precisaria pagar pelo menos 100 vezes mais. No entanto, essa é outra dicussão. Por enquanto, vamos avaliar apenas a razão pela qual proliferam essas banquinhas por Milão e outras grandes cidades européias: a certeza do consumidor de que este é um objeto que poderá nos fazer mais felizes.

    Ao comprar uma Prada, Gucci, Louis Vuitton, ou ao menos a imitação de alguma delas, o consumidor tem a impressão de que, finalmente, entrou no seleto grupo dos bem-sucedidos e, por isso, ele acha que está fazendo um excelente negócio pagando apenas 10 euros por um produto que vale 1 mil euros. Ele pensa assim porque diariamente é submetido à artilharia pesada da publicidade que o faz crer que tais grifes, e tantas outras, são de fato um passaporte para a felicidade.

    Assim, pagar alguns trocados ao primeiro pirata que aparece pode ser encarado como um negócio e tanto. Melhor do que aqueles que se afogam em dívidas para conseguir consumir produtos de luxo e outros de nem tão luxo assim.

    Eliminar o supérfluo do seu orçamento poderá contribuir mais para seu sucesso e felicidade do que empreender esforços sobrenaturais para alcançá-los. Não é uma tarefa difícil, vai doer bem menos do que você imagina a princípio e ainda vai encurtar o caminho para o seu sucesso financeiro e bem-estar familiar.

    Não estamos falando em adotar o Tio Patinhas como exemplo de vida. Você tem direito aos supérfluos, só não precisa sofrer por isso. Se se planejar, verá que o resultado é surpreendente porque terá prazeres "consumistas" sem precisar pagar os juros extorsivos do cheque especial e do cartão de crédito. Duvida? Faça uma experiência.

    Este é o ponto fundamental que tem chamado a atenção de muitos economistas no mundo. Não que eles sejam anti-capitalistas, mas fundamentalmente são anticonsumistas. Esse grupo vê com bons olhos, por exemplo, o esforço que o governo do Butão (um pequeno reino entre Nepal, Índia e China) vem fazendo para modernizar o país sem precisar cair na armadilha do consumismo. As ilusões e desejos característicos do consumismo, na avaliação de alguns estudiosos, é o maior perigo, pois pode comprometer seriamente a meta estabelecida pelo governo do Butão de ter no país um índice alto de Felicidade Interna Bruta.

    O consumismo é uma armadilha perigosa porque pode levá-lo ao que alguns economistas chamam de "corrida armamentista do consumo". Em outras palavras: quanto mais você tem, mas precisa ter para se sentir feliz e, assim, acaba sempre insatisfeito porque nunca acha que tem o suficiente.

    Para evitar cair nessa armadilha, vamos tomar emprestado alguns itens que o governo do Butão tem utilizado como parâmetro para construir o Índice de Felicidade Nacional Bruta: saúde, padrão de vida, educação, bem-estar emocional, uso e equilíbrio do tempo, ecossistema e vitalidade cultural.

    Responda a perguntas básicas como: Você consegue morar, comer e viver dignamente? Divide bem o seu tempo de lazer e trabalho? Seus filhos têm acesso a boas escolas? Você tem ido regularmente ao cinema, teatro, museu ou outra atividade cultural? Respeita o meio ambiente e vive em locais que não agridem sua saúde?

    Se você respondeu não para pelo menos uma das perguntas é porque seu Índice de Felicidade Nacional Bruta está comprometido. Nesse caso, reavalie o que está errado, chame a família para conversar e tente colocar sua vida nos trilhos do bem-estar. Esqueça as grifes de luxo. Isso não tem nada a ver com conquista de felicidade.

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